22 de junho de 2019

Tipos de violência sofrida pela comunidade LGBT


Principais tipos de Violência sofrida pela comunidade LGBT

A violência contra homossexuais é um problema cotidianamente vivido pela sociedade brasileira, que acabou se tornando uma disputa de espaços de convívio. A violência acontece em diversos lugares: na rua, parques, escolas, locais de trabalho, casas, prisões e delegacias de polícia. Ela pode ser espontânea ou organizada, perpetrada por indivíduos ou grupos extremistas. São episódios de violência que expõem o individuo a situações de risco, marcadas pela intolerância. Nos últimos quatro anos, ocorreu um aumento no número de denúncias ligadas à homofobia, crescendo 460%. A toda hora um homossexual sofre algum tipo de violência no Brasil, segundo as informações da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A mera percepção de homossexualidade ou de identidade transgênero é suficiente para colocar as pessoas em risco. Os grupos LGBT sofrem todo tipo de violência, como a violência psicológica com insultos, injúrias verbais, gestos obscenos, agressões verbais e ameaças de agressão. O uso da palavra difunde visões de mundo, são representações de sentimentos negativos que visão gerar humilhação e desprezo. Frequentemente, homossexuais são submetidos a situações de constrangimento, assédio moral, perseguição e violação de seus direitos essenciais, legitimados pela Constituição de 1988. O ponto mais alto da violência é quando os agressores não se satisfazem apenas com a violência verbal, e partem para a violência física, torturas, seqüestros e assassinatos seletivos, são crimes marcados pela brutalidade, em que vítimas são freqüentemente encontradas mutiladas, severamente queimadas, castradas e mostrando sinais de agressão sexual.  O número de assassinatos de homossexuais cresce consideravelmente a cada ano no Brasil.
A violência contra gays começa em casa e envolve agressores conhecidos das vítimas, como familiares, vizinhos e companheiros. Existem muitas famílias que expulsam os filhos que se assumem homossexuais pelo entendimento errôneo de que homossexualidade e orientação sexual é uma doença, ou uma forma de chamar a atenção da família, e que podem ser corrigidos por meio de agressões. 
A violência sexual também tem sido amplamente divulgada, inclusive a chamada violência “corretiva” ou estupro “punitivo”, no qual homens estupram mulheres que assumiram ser lésbicas, sob o pretexto de tentar “curar” suas vítimas da homossexualidade.
Existem também os grupos políticos ou culturais que se opõem à homossexualidade. Agem severamente contra pessoas de comportamento homoafetivo, por não admitirem casais do mesmo sexo na sociedade, usando da própria lei para prejudicar aqueles que não vivem de acordo com suas posições. Alguns países usam a pena de morte para punir pessoas homossexuais.
No I Seminário Nacional de Controle Social e Políticas Públicas LGBT, realizado em setembro de 2016, a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman, enfatizou que ameaças, perseguições, estupros e torturas contra a população LGBT são práticas que ainda acontecem no Brasil.
Outro fator importante que contribuiu para a proliferação das ideologias homofóbicas foi o surgimento da AIDS, de início sendo relacionada às práticas homossexuais, tanto que a doença fora apelidada de “peste gay” no inicio dos anos 80 no Brasil. Com O advento da epidemia, a crise do sistema de saúde tornou-se mais evidente e, somado ao pânico gerado pela desinformação, acirrou os preconceitos e a discriminação contra o homossexualismo. Em resposta, pessoas e grupos da sociedade civil têm se organizado para produzir e disseminar informações corretas sobre a AIDS, prestar assis­tência àqueles mais necessitados e lutar pelos direitos de cidadania, de pessoas HIV positivas ou convivendo com AIDS.


Referências
GÓIS, João Bosco Hora; Soliva, Thiago Barcelos. A rua e o medo: algumas considerações sobre a violência contra jovens homossexuais em espaço público. Brasil, 2008.

GUIMARÃES, Carmen Dora. Eat. Homossexualidade, Bissexualidade e HIV/AIDS no Brasil Uma Bibliografia Anotada das Ciências Sociais e Afins. Revista de Saúde Coletiva Vol. 2, Número 1, 1992. Disponivél em < http://www.scielo.br/pdf/physis/v2n1/06.pdf>

LIVRES & IGUAIS NAÇÕES UNIDAS PELA IGUALDADE LGBT. Violência homofóbica e transfóbica. Disponivél em <https://www.unfe.org/system/unfe-42-sm_violencia_homofobica.pdf>


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