1 de setembro de 2019

Salvem-se

Salvem a vanguarda

As estrelas decadentes
E as flores despedaçadas
Pelo tempo, desfolhadas

Salvem


As vozes dos indignados
A melancolia dos vivos
A vela dos mortos
E dos desesperados
Acendem


Salvem
Os cabelos descoloridos

De gente que não tem medo
De viver em pleno
Perigo


Salvem
Os cafés tradicionais
Os chás das cinco
Os loucos de saudades
Dos amantes informais


Salvem
O leite condensado
Os morangos dos agrotóxicos
As consequências posteriores
Ao livre arbítrio e suas dores


Salvem
Os que soltam o choro
Os inquietos pensadores

Os que manifestam suas vontades
Sem medo das verdades

Salvem


Salvem
Os inglórios
Os bobos da corte
Os sapatos pendurados
Como quem espera alguém
Que não volta mais

Salvem
Salvem os poetas
Que fingem que é amor
Pra não ter que escrever depois
Sobre a verdadeira dor


Salvem a liberdade
Dos que teimam em acreditar
Que o mundo tem jeito
E todo os resto
Rezem

Claudeth S. Oliveira
01/09/2019 (concluída)






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