Sempre que chove lá fora Eu chovo aqui dentro Encharco os olhos e molho os pensamentos
Sempre que chove lá fora Eu chovo aqui dentro
infiltro as paredes Balanço as estruturas do meu tormento Se chove lá fora Eu chovo aqui dentro me encho de gotas salgadas E faço tempestades Em copo d' água
Sacolejo a alma no varal Deixo esvair as mágoas E no dia seguinte Volto a sonhar
Sinto-me poeta /
quando desencaminho as formas verbais/brinco com suas (re) flexões e encho de
coisas sem nomes que os chamo de devassidão de sentimentos / livres de
concretos / de leis.
Vinícius de
Morais já dizia que “O material
do poeta é a vida, e só a vida, com tudo o que ela tem de sórdido e sublime...”.