27 de janeiro de 2017

Quinta Feira Fatídica

Em julho de 2013 eu comecei a escrever sobre as quintas feiras fatídicas.  Aí vai meu primeiro texto cômico sobre este dia. É um estado de espírito indefinido. Um pensamento alto, quase chegando ao céu. 

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Quinta feira fatídica!
Era uma quinta feira fatídica, como outra qualquer, sem movimentação, apenas os pensamentos interagindo entre si, um barulho ininterrupto de uma máquina copiadora, esbaforida, me fizeram desviar o olhar atento para o nada.
Acordei dos devaneios, em que a noite passada dormi sonhando que alguém mexia no trinco da porta tentando arromba-la, me fazendo acordar a noite inteira, rolando na cama e a tv ligada me olhando o tempo todo.
No ultimo domingo, me sufoquei com gás de cozinha, ao deixa-lo ligado por simples distração. Demorei para perceber o grande erro que cometi naquele noite, e já estressada, abri a janela e a porta para esperar que o bafo saísse, levei alguns minutos para assimilar o que tinha acabado de acontecer aí então  lavei os olhos que estavam  ardendo e vermelhos.  Pensei no pior, mas livrei-me do pior, os anjos estão acordados, para os que andam distraídos.
Não tem por onde e nem porque, simplesmente tem! Já me perguntaram por que sou assim.
Tem um futuro, um passado e um presente confuso, às vezes quero encontrar onde foi que me perdi, agora para achar o caminho é difícil, principalmente depois quem se perdeu no mundo e não quer mais voltar atrás porque atrás tem gente vindo, exatamente a procura do caminho desviado, o jeito é seguir tentando entender  em qual momento, em qual dia e hora o relógio bateu e você descobriu que não tem mais volta desde aquele dia que você não sabe se está sonhando acordada ou se está acordada pensando que está sonhando, mas o mundo está caindo sobre os seus pés.... 
Passa, passa gavião, todo mundo é bom, é bom até quando, essa frase eu falava quando criança, ao imaginar que o gavião é mal, que o lobo mau também é mau, que o coringa é perverso e cínico e eu uma inocente no mundo mágico de oz.
Meu passado era inocente, minha vida é aquilo que parece ser!  É montanha russa, é calmaria é vento no litoral, soprando do lado contrário. Você me leva e eu te levo! Onde não sabemos.
Foi nessa quinta feira fatídica que meu olhar voltou para o homem na rua com um corte no peito costurado, para o homem drogado deitado no chão e comendo migalhas e foi nessa quinta feira cinza que meu coração olhou para trás e se fez a pergunta onde foi que erramos? Onde foi parar a honestidade. Porque o homem rico anda de helicóptero para ir trabalhar e o ônibus quebra no meio do caminho quando tentamos chegar. Porque o trânsito é uma guerra, e nos matamos a cada dia, porque o cigarro é um veneno que acalma a mente e engana a fúria. Porque tem que ser assim, porque a gente é assim!
Então nessa quinta feira coloquei uma música que embalou meu corpo e dancei sozinha; um ritmo calmo e era assim:  “No dia em que fui mais feliz, Eu vi um avião; Se espelhar no seu olhar até sumir. De lá pra cá não sei. Caminho ao longo do canal; Faço longas cartas pra ninguém. E o inverno no Leblon é quase glacial. Algo que jamais se esclareceu. Onde foi exatamente que larguei. Naquele dia mesmo, O leão que sempre cavalguei. Lá mesmo esqueci que o destino. Sempre me quis só. No deserto sem saudade, sem remorso só...Sem amarras, barco embriagado ao mar...”(A.Calcanhoto)



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