Olho-me
de perto, como se estivesse no deserto.
Em busca
do meu eu, do meu encontro, da minha vida.
Dos
desencantos, dos recomeços e dos pontos finais.
Despi-me
do medo, ou me entreguei a ele.
No
caminho esbarrei em loucuras da minha mente
Senti
frio, senti calor, senti que a vida, era um vapor.
Apenas
águas seguindo seu curso,
Mas uma
tempestade em movimento desvia o caminho
E a vida
se torna redemoinho.
Releio-me
como se fosse uma oração e cada vez mais me afogo em desilusão
Minha
mente faz barulho, inconstantes, como som de viola arranhando sem conexão.
As
alucinações e noites sem dormir me fazem refletir sobre o porquê de estarmos
aqui.
Que
provas devemos fazer, para sermos aceitos ou encaixados nesse circulo vicioso
que é viver, onde não me caibo, não quero caber.
Entre os
devaneios nas semanas, e poucas noites de sonos. Vi dia clarear, ouvi gritos a
fora, vi o trabalhador madrugar, e me vi ali, sem vontade de levantar.
Pensei na
morte como próxima, como uma conhecida a me preparar.
E dizer
que desta vida nada se levará.
Correr
sem saber pra onde ir, não tem razão, não tem emoção, não tem o por que
E sempre
que me olho de perto, vejo-me tão imperfeita e tão inquieta.
Quem me
entenderia, nesse vazio que sinto, nessa angústia sem fim.
Penso nas
pessoas do mundo.
De que
adianta ser feliz se nem todo mundo é assim.
Às vezes
me vejo chorando, tentando entender porque a tristeza insiste em me ter,
Percebo que
nasci assim e que ela por mim sente um bem querer.
Aí vem a
alma querendo me salvar, ela sabe que existe um motivo para sorrir.
E me acorda
do coma, tão lúcida e tão cheia de esperança – Ela secou as lágrimas do meu
rosto, que me faziam morrer.
Mas no
meio do caminho tinha você, com um olhar brilhante e de esperança, me fez
novamente ter fé no horizonte.
Mas é no deserto
da solidão que os devaneios vêm e vão, e que quando me apeguei a ela, foi
necessário, foi minha obsessão.
Um dia percebi
que minha desilusão, foi seguida pela compaixão, que tão bravamente teve coragem
para me tirar da escuridão.
Vejo-me
tão de perto que mal consigo notar o quanto fiz de mim um poço sem fim, cheio
de pensamentos destrutivos, coisas que não eram pra mim.
Vem o
sol, vem a chuva, vem você. O que vai acontecer, ninguém nunca vai saber, mas
podemos olhar para frente, mesmo que uma nuvem negra se aproxime de você. Sopre
bem longe, e descubra que é de dentro, que vem a luz, que só a gente vê.
(claudeth
em 07 de janeiro de 2018)
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