7 de janeiro de 2018

É somente entre ela




Olho-me de perto, como se estivesse no deserto.
Em busca do meu eu, do meu encontro, da minha vida.
Dos desencantos, dos recomeços e dos pontos finais.

Despi-me do medo, ou me entreguei a ele.
No caminho esbarrei em loucuras da minha mente
Senti frio, senti calor, senti que a vida, era um vapor.
Apenas águas seguindo seu curso,
Mas uma tempestade em movimento desvia o caminho
E a vida se torna redemoinho.

Releio-me como se fosse uma oração e cada vez mais me afogo em desilusão
Minha mente faz barulho, inconstantes, como som de viola arranhando sem conexão.
As alucinações e noites sem dormir me fazem refletir sobre o porquê de estarmos aqui.
Que provas devemos fazer, para sermos aceitos ou encaixados nesse circulo vicioso que é viver, onde não me caibo, não quero caber.

Entre os devaneios nas semanas, e poucas noites de sonos. Vi dia clarear, ouvi gritos a fora, vi o trabalhador madrugar, e me vi ali, sem vontade de levantar.
Pensei na morte como próxima, como uma conhecida a me preparar.
E dizer que desta vida nada se levará.

Correr sem saber pra onde ir, não tem razão, não tem emoção, não tem o por que
E sempre que me olho de perto, vejo-me tão imperfeita e tão inquieta.
Quem me entenderia, nesse vazio que sinto, nessa angústia sem fim.
Penso nas pessoas do mundo.
De que adianta ser feliz se nem todo mundo é assim.

Às vezes me vejo chorando, tentando entender porque a tristeza insiste em me ter,
Percebo que nasci assim e que ela por mim sente um bem querer.
Aí vem a alma querendo me salvar, ela sabe que existe um motivo para sorrir.
E me acorda do coma, tão lúcida e tão cheia de esperança – Ela secou as lágrimas do meu rosto, que me faziam morrer.
Mas no meio do caminho tinha você, com um olhar brilhante e de esperança, me fez novamente ter fé no horizonte.
Mas é no deserto da solidão que os devaneios vêm e vão, e que quando me apeguei a ela, foi necessário, foi minha obsessão.
Um dia percebi que minha desilusão, foi seguida pela compaixão, que tão bravamente teve coragem para me tirar da escuridão.

Vejo-me tão de perto que mal consigo notar o quanto fiz de mim um poço sem fim, cheio de pensamentos destrutivos, coisas que não eram pra mim.

Vem o sol, vem a chuva, vem você. O que vai acontecer, ninguém nunca vai saber, mas podemos olhar para frente, mesmo que uma nuvem negra se aproxime de você. Sopre bem longe, e descubra que é de dentro, que vem a luz,  que só a gente vê.

(claudeth em 07 de janeiro de 2018)

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