27 de abril de 2018

Sombras


Me Sombreei
Da chuva de meteoros
Das estrelas de belém

Do mar em fúria
Das desilusões
Que eu mesma procurei

O sol se foi
O tempo ardeu
 Noites difíceis, ele se perdeu
Mas ninguém entendeu

Meu ser de sombra
Guardou a luz para o fim
Bateria descarregou
Meu amor se afastou de mim


Os semáforos apagaram
Entre carros e cruzamentos
As ruas choraram
Por um céu entreaberto
Mas as luzes não voltaram

Sou a cinza dos estados emocionais
Dos dilúvios teatrais
Dos restos mortais
De uma procura eterna pela paz

Calei-me na dor
Onde meu rosto pálido
O seu olhar fixou
Deixou-me seguir
Na terra do seu desamor

Me sombreei
Nas águas escuras que eu criei
Entre as pedras insensatas eu sonhei
E vi o sol se pôr
Atrás das montanhas
Onde um dia
É pra lá que eu vou .

(Escrita por Claudeth Oliveira)




Por trás das cortinas


Pelas cortinas entram ventos
Passam correntes
Mostram o tempo
Mostram a vida 
Por trás das persianas ouvem-se notícias
Derrubam os véus da ilusão
Causam intrigas
Beira o abismo
Desmitifica o paraíso
É Transparente
É Transluzente
É vidente 
Toda cortina tem mistério
Tem hemisfério
Tem paredes
Tem vidraças
Tem mentiras
Tem verdades
Que nunca foram ditas

Por trás de toda cortina
Existem brechas
Existem ruínas
Existem vazios
E corre um rio
Que enfrenta desafio

Por trás das cortinas
A gente reinventa
Um amor 
Uma cena
Um poema
Que te livre da dor
Pois além dos holofotes
Cresce uma flor
Que por fora é espinho
Mas por dentro sabe ser amor. 
(Claudeth Oliveira) 




Encarcerados



Quantas  palavras 
Sufocadas 
Às avessas 
Acumuladas 
Não ditas 
Há controvérsias
De sentidos , de boca 
Que não se expressam 
São sentidos ocultos 
Trancafiados 
Encarcerados 

Quantos  sentimentos
Alienados 
Esquecidos 
Mal alimentados 
Mal interpretados 
Vítimas dos descasos 
E por dentro morrem 
Encarcerados

E o que dizer do amor 
Silenciado
Proibido
Parido mas não criado 
Preso 
Encarcerado 


(Claudeth)






Me diluviei


Me diluviei
Amorteci a queda
Voei de paraquedas
E relampejei de um jeito
Nesse desejo de nascer outra vez

Me diluviei 
Andei sem sapatos 
Rodei feito peão 
Inventando mil desculpas 
Peguei carona 
Em idas sem voltas  

Abafei os casos 
Das mentiras que ouvi 
Nos travesseiros que abracei 
Pensando que dormir 
Faria a dor sumir 

Me diluviei
Copiosamente
Como enchente
Das vezes que morri
Por saber que a chuva
Caía sem dó aqui.

Me diluviei 
Rompi os beijos 
Amarguei segredos 
E imundei meus desejos 
Dos  meus apegos 
Tive que fugir 

Me diluviei 
Quando em meu colchão 
Serviu de lágrimas 
E acolheu meu dia ruim 
Pela dor de dentro 
Que não tinha fim 

Me diluviei
Me rebobinei
Me prendi numa cápsula
Me escondi
Me desfiz das horas ao seu lado
Mas seu amor e sua essência
Não saíram de mim


Claudeth Oliveira




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Poema da noite


Eu me poemo
Tu me poema
Ele me poema
Nós  nos poemamos
E assim poesias
Nós viramos



A noite me olha
Eu me recolho
Diante da aurora


O azul do céu
é minha cor preferida
Se chover agora
Ainda assim
Te verei outra hora


Estou à beira
da loucura
do abismo
do infinito
do meu eu
Mais bonito


Vou-me sem fé
Pra que te levar
Se perdida estou
Dentro do meu caminhar


Perdoe-me esta paz
Tão silenciosa e incapaz
De dar um passo
Nem que seja pra trás


Me diga que entende
Que minha alma é parte da gente
Onde encosto meu desejo
De entrar na sua mente

Vem e viaja
pelo sol nascente
corta as correntes
que prendem
E sufocam
Acorrentam
Corta até os pulsos
Mas não me deixe mudo
(Claudeth Oliveira)










Foi ali Felicidade


Foi ali felicidade 
Tão fugas entre as brechas 
Olhou me tão depressa 
Que na fuga me perdi 
Tão enigmática a vi partir 

Foi ali felicidade 

Tão astuta, tão inglória
Eu te vi apavorada
Sair tão desgarrada 
Feito um vilão, de mãos atadas

Foi ali felicidade

Rir da minha ingenuidade
Volte tão ligeira, como uma pancada de chuva
E cure essa desordem pela sua ausência
Estarei na ribanceira, com um binóculo nas mãos
Velando a noite inteira
Para que você tenha piedade
E volte logo, minha cara metade.



(Claudeth Oliveira)

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