A estranheza do amor
Molhou as rosas para que não morressem
Varreu as folhas secas embaixo do pé de amendoeira
Colheu suas amoras
Bebeu seus vinhos tintos
Sorriu para o céu, quando viu a lua
Amou sua mulher, como se fosse a primeira vez
Que estranho é o amor
Fez promessas que não podiam ser cumpridas
Deixou mensagens bonitas na caixa de saída
Que nunca foram entregues
E jamais lidas
Que estranho é o amor
Se longe quer perto ficar
Se perto, não sabe entrar de pés descalço
Por medo de perder os próprios passos
Que estranho é o amor
Fez morada dentro de um coração
Habitou em alma desconhecida
Como um intruso sentimento
De um intenso momento
Que estranho é o amor
Se deslumbrou pelo fogo que ardia
Não se intimidou pela labareda
E ocupou a cama vazia
As vezes se estranha o amor
Se estranha os lençóis
Se estranha o coração
E de tanto se estranhar
Se abriga na própria solidão
Claudeth Oliveira
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