22 de julho de 2019

A estranheza do Amor


A estranheza do amor

Molhou as rosas para que não morressem
Varreu as folhas secas embaixo do pé de amendoeira
Colheu suas amoras
Bebeu seus vinhos tintos
Sorriu para o céu, quando viu a lua
Amou sua mulher, como se fosse a primeira vez

Que estranho é o amor
Fez promessas que não podiam ser cumpridas
Deixou mensagens bonitas na caixa de saída
Que  nunca foram entregues
E jamais lidas

Que estranho é o amor
Se longe quer perto ficar
Se perto, não sabe entrar de pés descalço
Por medo de perder os próprios passos

Que estranho é o amor
Fez morada dentro de um coração
Habitou em alma desconhecida
Como um intruso sentimento
De um intenso momento

Que estranho é o amor
Se deslumbrou pelo fogo que ardia
Não se intimidou pela labareda
E ocupou a cama vazia

As vezes se estranha o amor
Se estranha os lençóis
Se estranha o coração
E de tanto se estranhar
Se abriga na própria solidão


Claudeth Oliveira

















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