Açúcar ou paliativo
Rasgam-se os corpos
Ficam as roupas
Engavetadas
Os cortes na alma
Veias abertas
bombardeadas
Em céus abertos
No castelo
Abóboras viram carruagens
Onde se comem os sapatos
E os príncipes viram sapos
Faz terapia de casal
Em busca do seu próprio retrato
Ilustrado nos álbuns de fotografias
É tempo de caos
A cair lentamente
Sem data para chegar
O café é paliativo
Já bastam os impostos e os juros
A nos arrancar a roupa da alma
Expondo nossas vísceras
Ao olhar impiedoso
De quem nos quer matar
O golpe é na surdina
De vozes em vozes
Me afogo no bordel
Quanta insanidade!
Matar o verso que mal sabe andar
Ser expulsa do paraíso
Ao servir esse ilícito vício
Numa xícara de chá
do juízo final
Desse dito bendito
Ao expor o indizível
Humor ácido
Em meio ao estado decadente
Teoria da conspiração
Que avança dente por dente
Aquilo que não tem nome
E que de fato é inominável
Sem tato, sem paladar
Os ratos estão livres
Meu paladar diz que é melhor
Uma bebida quente
e fugir desse mal súbito
Insurgente