19 de novembro de 2023

Na superfície

 

Crônica do Tempo

Tinha dias em que seus olhos brilhavam
Mais que a luz do sol ao meio-dia,
E cada notícia vinha envolta em vinho e poesia,
Para aliviar o fardo que parecia mais leve do que era.

Sorriso amarelado pelo cigarro diário,
Lábios ressecados pelo tempo implacável,
Não havia escolha além de viver os dias que restavam,
Para atravessar o caos que se apresentava.

Era preciso o café e a filosofia como companhia,
A sensação era de estar partindo há tempos,
Com o sentimento de nunca ter vivido
Um momento de loucura ou estupidez qualquer,
Exceto pela embriaguez de amar uma vez e nunca mais.

Hoje, vagueia-se à deriva,
Navegando superficialmente,
À espera de um tempo que não volta mais.



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