15 de junho de 2019

Os difíceis ecos dos direitos humanos: participação e cultura entre gerações.



Autores: Solon Eduardo Annes Viola & Thiago Vieira Pires

A partir do fim da segunda guerra mundial (1939-1945), com destaque para as décadas de 1960 em diante, e até os dias atuais, a busca pela cultura de direitos humanos tem sido a marca dos movimentos sociais em todo mundo. Os jovens, em suas manifestações em prol de democracia e igualitarismo social, político e econômico, têm demonstrado a sua insatisfação para com os modelos político-sociais autoritários e discriminatórios que ainda persistem, mesmo que velados, em países de democracia recente (Brasil, Chile).

Na contemporaneidade, o sonho dos direitos humanos amplos e universais esbarra em um Estado autoritário que utiliza os mais violentos meios de repressão e coerção física (as polícias militares, as forças armadas e de segurança), e também da coerção ideológica e cultural, exercida pela imprensa e pela mídia a serviço das elites que sempre dominaram e que insistem em perpetuarem-se no poder. A busca pelo fim da censura, da tortura e da anistia ampla geral e irrestrita, e o desejo de eleições diretas com a institucionalização de uma assembleia constituinte livre e soberana, têm sido a marca dos movimentos de mobilização social das juventudes, que por meio das revoluções estéticas e culturais (música, teatro, cinema, pintura, moda etc.), demonstram que tais jovens desejam assumir o controle de suas vidas, e promover assim, um melhor reequilíbrio na aplicação dos direitos humanos e na redistribuição mais justa dos direitos sociais e econômicos.

As doutrinas internas de segurança - Doutrina de Segurança Nacional (DSN) - e as políticas externas dos países de regimes de ditadura militar foram impostas pela diplomacia estadunidense, e tinham por objetivo intensificar um modelo de desenvolvimento capitalista internacional, muitas vezes predatório, que resultou em autoritarismo por parte dos governos e crescentes índices de desigualdade social, desemprego, violência e miséria. Diante desse cenário de negação dos direitos sociais e econômicos em benefício da nova ordem liberal capitalista, os movimentos sociais das juventudes (1960-atualmente) têm enfrentado a repressão do Estado. Nas manifestações de rua, o ‘subversivo’ de ontem é o ‘vândalo’ de hoje. Tanto no passado, como nos dias atuais, o corpo é punido com dureza nos porões, nas viaturas ou nas ruas. As manifestações são consideradas ‘legítimas’ ou violentas, e os manifestantes são categorizados em ‘pacíficos’ ou ‘terroristas’. A ideologia do medo, do preconceito, a força coercitiva e repressiva são as armas utilizadas pelo Estado para garantir a ‘ordem’ e punir aqueles que lutam pela democracia plena e pela utopia dos direitos humanos.




(Este resumo foi elaborado por mim em 2016, enquanto fazia uma Pós-Graduação em Gestão de Projetos Sociais e Políticas Públicas Sociais), retirado do artigo denominado "Os difíceis ecos dos direitos humanos"

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