Autores: Solon Eduardo Annes Viola
& Thiago Vieira Pires
A partir do fim da segunda guerra mundial
(1939-1945), com destaque para as décadas de 1960 em diante, e até os dias atuais,
a busca pela cultura de direitos humanos tem sido a marca dos movimentos
sociais em todo mundo. Os jovens, em suas manifestações em prol de democracia e
igualitarismo social, político e econômico, têm demonstrado a sua insatisfação
para com os modelos político-sociais autoritários e discriminatórios que ainda
persistem, mesmo que velados, em países de democracia recente (Brasil, Chile).
Na contemporaneidade, o sonho dos direitos
humanos amplos e universais esbarra em um Estado autoritário que utiliza os
mais violentos meios de repressão e coerção física (as polícias militares, as
forças armadas e de segurança), e também da coerção ideológica e cultural,
exercida pela imprensa e pela mídia a serviço das elites que sempre dominaram e
que insistem em perpetuarem-se no poder. A busca pelo fim da censura, da
tortura e da anistia ampla geral e irrestrita, e o desejo de eleições diretas
com a institucionalização de uma assembleia constituinte livre e soberana, têm
sido a marca dos movimentos de mobilização social das juventudes, que por meio
das revoluções estéticas e culturais (música, teatro, cinema, pintura, moda
etc.), demonstram que tais jovens desejam assumir o controle de suas vidas, e
promover assim, um melhor reequilíbrio na aplicação dos direitos humanos e na
redistribuição mais justa dos direitos sociais e econômicos.
As doutrinas internas de segurança - Doutrina
de Segurança Nacional (DSN) - e as políticas externas dos países de regimes de ditadura militar foram impostas pela diplomacia estadunidense, e tinham por
objetivo intensificar um modelo de desenvolvimento capitalista internacional,
muitas vezes predatório, que resultou em autoritarismo por parte dos governos e
crescentes índices de desigualdade social, desemprego, violência e miséria. Diante
desse cenário de negação dos direitos sociais e econômicos em benefício da nova
ordem liberal capitalista, os movimentos sociais das juventudes
(1960-atualmente) têm enfrentado a repressão do Estado. Nas manifestações de
rua, o ‘subversivo’ de ontem é o ‘vândalo’ de hoje. Tanto no passado, como nos
dias atuais, o corpo é punido com dureza nos porões, nas viaturas ou nas ruas.
As manifestações são consideradas ‘legítimas’ ou violentas, e os manifestantes
são categorizados em ‘pacíficos’ ou ‘terroristas’. A ideologia do medo, do
preconceito, a força coercitiva e repressiva são as armas utilizadas pelo
Estado para garantir a ‘ordem’ e punir aqueles que lutam pela democracia plena
e pela utopia dos direitos humanos.
(Este resumo foi elaborado por mim em 2016, enquanto fazia uma Pós-Graduação em Gestão de Projetos Sociais e
Políticas Públicas Sociais), retirado do artigo denominado "Os difíceis ecos dos direitos humanos"
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