Só o exílio faz parte do mundo que, nas minhas noites frias, eu criei.
Fiz um tempo aqui dentro, e perdi-me dentro dele.
Preso nos mais obscuros dos meus dias sem fim, vou sempre que tudo sai dos trilhos.
Sair dos trilhos me leva a lugares guardados,
escondidos nos mais profundos abismos que me cercam nas minhas noites gélidas.
Não basta, nessa vasta imensidão, ser bom ou ser mal,
pois ao fechar da porta, deixamos de ser nós mesmos, longe dos holofotes que nos julgam.
Meus dedos tocam as grades invisíveis de uma falsa liberdade que me consome.
Queria ser capaz de lançar teias dos meus pulsos e sair balançando de prédio em prédio.
E lá de cima, dentro dos céus, olhar com sentimentos toda a vida que se passou diante dos meus olhos.
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